O comércio exterior capixaba registrou crescimento de 30,2% no terceiro trimestre de 2024 em comparação com o mesmo período de 2023, segundo análises da Connect Fecomércio-ES, baseadas em dados do Comex Stat. Esse aumento foi impulsionado, principalmente, pela alta nas importações, que subiram 42,3%, enquanto as exportações cresceram 18,2%.
As importações capixabas movimentaram R$ 3,33 bilhões, superando os R$ 2,79 bilhões em exportações e resultando em um déficit de R$ 535,33 milhões na balança comercial estadual.
No mesmo período, o Brasil registrou saldo positivo de R$ 17,5 bilhões, com R$ 88,4 bilhões em exportações e R$ 70,9 bilhões em importações, um crescimento nacional de 6,8%.
A coordenadora de pesquisa do Connect Fecomércio-ES, Ana Carolina Júlio, destaca que o aumento nas transações do Espírito Santo indica uma busca por maior equilíbrio nas atividades comerciais, com crescimento na movimentação de veículos e aeronaves, itens de alto valor agregado.
“Sabemos que, especificamente, de veículos e aeronaves – de alto valor agregado – elevaram o valor da movimentação capixaba, mantendo o déficit na balança comercial. Buscar esse equilíbrio é um desafio, sendo essencial termos políticos econômicos que incentivem a diversificação da pauta exportadora e a redução da dependência de importações de produtos de alto valor agregado", disse.
Produtos e países parceiros
A movimentação capixaba foi liderada por aeronaves e veículos, que juntos somaram 34,3% das importações. Outros produtos significativos incluíram carvão, com 10,6% do total.
Nas exportações, o minério de ferro foi responsável por 24,8% das vendas externas, seguido pelo café não torrado (20,6%) e semi-acabados de ferro e aço (17,8%).
“O minério de ferro e o café não torrado são quase metade do total exportado no Espírito Santo. Esses setores continuam sendo pilares da economia capixaba. Mas a diversificação das exportações,com o crescimento de produtos fabricados e semimanufaturados, como os semi-acabados de ferro ou aço, celulose e especiarias, é um ponto positivo e sugere que o estado está se afastando, ainda que gradualmente, da dependência exclusiva de commodities primárias”, ressaltou a coordenadora de pesquisa.
A diversificação gradual das exportações reflete um avanço para reduzir a dependência de commodities primárias, segundo Júlio, que observa o crescimento de produtos industrializados, como celulose e especiarias.
Quanto aos principais parceiros comerciais do Espírito Santo, a China e os Estados Unidos lideraram as importações, com participações de 27,2% e 21,5%, respectivamente.
Entre os destinos das exportações, os Estados Unidos responderam por 28,1%, seguidos pelos Países Baixos e pelo Canadá, que importaram produtos semi-acabados de ferro e aço, celulose e café não torrado.
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