Enquanto o restante do país enfrenta retração, o Espírito Santo avança com solidez no campo. Nos dez primeiros meses do ano-safra 2024/2025, o estado registrou crescimento de 23,2% na aplicação de crédito rural, atingindo um volume recorde de R$ 7,5 bilhões. Os dados, apurados pela Secretaria de Agricultura (Seag) a partir do Banco Central, colocam o Espírito Santo na liderança nacional, ao lado apenas do Piauí (com 4%), enquanto a média brasileira caiu 18%.
O resultado é atribuído ao Plano de Crédito Rural, lançado em julho de 2024 pelo Governo do Estado em parceria com a União, instituições financeiras e entidades representativas do setor produtivo. O volume de recursos aplicados entre julho de 2024 e abril de 2025 representa um salto expressivo frente aos R$ 6,1 bilhões do período anterior, somando mais de R$ 1,4 bilhão em acréscimo. Foram registradas 38,8 mil operações de crédito rural, com aumento de 10,1% em relação ao ciclo anterior.
“Estamos consolidando o Espírito Santo como um polo estratégico de negócios agroindustriais, com foco em crescimento sustentável e metas claras até 2032”, destacou o secretário de Agricultura, Enio Bergoli.
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Avanço em todas as modalidades
O desempenho expressivo se estende a todas as modalidades de financiamento. O crédito de custeio cresceu 22,6%, alcançando R$ 3,2 bilhões. Já o crédito de investimento subiu 21,3%, somando R$ 2,4 bilhões, evidenciando o movimento de modernização das propriedades. A modalidade de comercialização registrou um salto de 39%, puxado especialmente pela cafeicultura, com volume de R$ 1,9 bilhão. A única retração foi na industrialização, com leve queda de 1,4%.
Segundo o gerente de dados e análises da Seag, Danieltom Vandermas, o avanço é qualitativo:
“Não se trata apenas de volume. Quase R$ 2,4 bilhões foram para investimentos e o ticket médio das operações cresceu quase 12%, refletindo maior robustez e capacidade de geração de valor.”
Atualmente, o crédito de custeio representa 42,1% do total aplicado; investimento, 31,4%; comercialização, 25,7%; e industrialização, apenas 0,9%.
Ambiente favorável e metas ousadas
O desempenho estadual reflete não apenas a eficiência do plano, mas também a criação de um ambiente institucional confiável e a articulação entre setor público, financeiro e produtivo. O Plano de Crédito Rural está diretamente alinhado ao Plano Estratégico de Desenvolvimento da Agricultura Capixaba (Pedeag 4 – 2023/2032), que prevê atingir R$ 12 bilhões em crédito rural até 2032.
“O Espírito Santo tem se consolidado como um ambiente seguro e promissor para investimentos no agro. Esse desempenho demonstra a confiança do mercado nas oportunidades oferecidas pelo Estado”, afirma Bergoli.
Além de bancos públicos, a força do resultado se apoia na atuação conjunta de Banestes, Sicoob, Sicredi, Cresol, Banco do Brasil, Caixa Econômica e Banco do Nordeste, que operam o crédito rural em todas as regiões do Estado.
Referência nacional
Com os números atuais, o Espírito Santo assume protagonismo nacional na gestão de políticas de financiamento ao campo, tornando-se exemplo para outros estados em um cenário desafiador para o agronegócio brasileiro.
“A solidez das ações, a governança dos recursos e o foco em sustentabilidade colocam o Estado em posição de destaque. O crescimento contínuo indica que o campo capixaba está em pleno processo de transformação e modernização”, conclui Vandermas.
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