Com o objetivo de demonstrar a relevância e a aplicabilidade da Matemática no dia a dia, despertando maior interesse dos alunos pela ciência, o Centro Educacional Leonardo da Vinci realiza com as turmas do 8º ano do Ensino Fundamental o projeto “Corpo humano em números: a Matemática da saúde”. A iniciativa conta com diversas ações que levam os estudantes a refletir como o corpo humano é repleto de relações numéricas e como os conceitos matemáticos são usados para prevenir, diagnosticar e desenvolver tecnologias, técnicas médicas e tratamentos para salvar vidas.
De acordo com o professor Filipe Pinel Bermudes, mestre em Matemática, muitos estudantes veem a disciplina de forma isolada e até distante das áreas de saúde e da Biologia. “O projeto promove uma visão ampla e interdisciplinar do conhecimento e mostrar como a ciência dos números desempenha um papel central no avanço da ciência médica”, defende Filipe.
O projeto possui três etapas principais. A primeira, de pesquisa dos sistemas humanos (cardiovascular, respiratório, digestivo, etc.) e parâmetros numéricos em exames médicos. Os alunos são divididos em grupos para pesquisar e identificar os principais números usados como referência para diagnósticos de doenças, como frequência cardíaca, níveis de glicose e pressão arterial. Com esse levantamento, os estudantes observam o papel crucial dos cálculos e das estatísticas para a avaliação da saúde humana.
Em um segundo momento, um médico especialista em diagnóstico por imagem conduz uma palestra para os estudantes e apresenta as inúmeras aplicações da Matemática, por exemplo, em exames de tomografia, ressonância magnética e ultrassonografia.
Depois os alunos fazem uma visita ao Museu de Ciências da Vida da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) para uma imersão prática dos conceitos discutidos em sala de aula. Nessa ocasião, eles também escolhem os desafios matemáticos e multidisciplinares disponíveis no Museu para resolução posterior. “Essa fase estimula o raciocínio lógico e a capacidade de resolver problemas complexos relacionados à saúde, como o cálculo de dosagens de medicamentos com base em fórmulas matemáticas e análise de gráficos de funções relacionadas a dados biomédicos”, explica o professor.
Filipe percebe que, ao se tornarem protagonistas do próprio aprendizado, os estudantes desenvolvem habilidades de pesquisa, análise crítica e colaboração em grupo. “O impacto já observado inclui um aumento significativo no interesse dos estudantes pela Matemática ao verem sua aplicabilidade na área médica, especialmente entre aqueles que não se identificavam com a disciplina. Ao combinar teoria e prática, o projeto mostra como a Matemática não apenas descreve o funcionamento do corpo humano, mas também é instrumento poderoso para inspirar e motivar os alunos nos estudos em busca de uma carreira”, argumenta o professor.
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